sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sobre cultura, selvageria e peles na moda


Juro que tentei fazer de tudo para não falar de moda nesse blog (até porque tenho um voltado só para esse assunto), mas diante de um super burburinho acerca de um assunto que nunca deixará de gerar polêmica, resolvi quebrar o silêncio neste espaço e falar.

Essa semana está acontecendo o São Paulo Fashion Week, maior semana de moda do país, e o uso de peles por muitas fashionistas trouxe à tona outra vez a discussão acerca do quão ético e humano é esta prática. Antes de qualquer coisa quero que fique claro aqui uma coisa: eu sou CONTRA  o uso de pele de animais e qualquer violência contra animais.

Porém, creio que haja uma militância extremamente radical em determinados casos, porque do muito que já li, vejo pessoas que “atiram a pedra” insandecidamente contra as outras, sem parar para pensar um pouco antes.

Gente, de onde nós viemos? De seres que para sobreviver precisavam caçar para comer, para se vestir... Óbvio, que a medida que fomos evoluindo, fomos deixando para trás determinados hábitos e sendo menos selvagens. A questão é que determinadas práticas são culturais. Ou você acha que em algum momento da existência humana a sociedade deixará de ser, por exemplo, machista? Não vai não, gente! Porque isso é algo cultural. É algo que nos é passado de geração para geração, e por mais que haja quem milite contra – e sempre haverá e tem de haver! – mudar será difícil e muito improvável.

Mas claro, não temos que nos conformar com a situação e ainda permitir que animais sejam mortos para fazer a vontade de mulheres e homens que querem manter uma imagem fashion e exaltam a beleza. Acho que todo esse debate acerca do assunto é muito válido, porque nos faz tomar posição diante do se se é contra ou a favor. Como disse, eu sou contra, mas infelizmente já me vi em situações em que sei, que mesmo que, indiretamente, usei produtos de beleza, por exemplo, que foram testados em animais. Porque a marca de quem eu compro, pode até não fazer os testes, mas uma de suas fornecedoras, por exemplo, pode ter testado um produto ou outro em animais. E aí? O que fazer? Eu vou ser radical ao ponto de dizer: não uso mais nada porque tudo é testado em animais? Bem, se o pensamento lógico for esse, eu também vou deixar de comer carne, peixe, aves, porque a morte de um animal desse para fins de alimentação são bem cruéis também! E aí? É assim que é para ser?

Mais uma vez serei redundante e repetirei: não estou defendendo o uso ou teste em animais, só penso que seja necessário repensar essa política de ataque a essas práticas. Julgamentos não levam a conscientização. E eu acho mesmo que hoje, no presente, não consigamos muito. Acho que a possibilidade de se desenvolver uma nova consciência poderá surgir com nossos filhos e netos, porque podemos e devemos educá-los, desde já,  para que tenham a clareza de que usar pele de animais é sinônimo de selvageria, é desnecessário e não deve ser usado de maneira alguma. É muito fácil criticar a família real inglesa que tem a prática aristocrática de reunir-se para caçar, já que você não nasceu em meio aquela cultura. Se eles foram educados assim, desde criancinhas, difícil será tirar da mente deles que aquilo é legal. Mas não é impossível! Certamente, os mais velhos não terão a disposição para abrir a mente e repensar essa prática da família. Mas, pode ser, que um integrante mais novinho da família, consiga, por meio de acesso a informação e educação também, pensar: não, eu não quero ir para caçada, porque não acho legal! E se ele pensa assim certamente os filhos, netos e afins, também poderão vir a pensar.

Enfim, acredito que toda a dificuldade para se chegar a um consenso sobre este debate está na maneira correta de abordagem, em se rever a necessidade de manter determinadas práticas culturais e, infelizmente em algo que penso não ter jeito, no capitalismo! O ruim de tudo é que se isso for mal conduzido ou ainda que seja conduzido da maneira como defendi aqui, penso que, até chegarmos a essa consciência, muitos animais estarão extintos e para recuperar o tempo perdido pouco poderá ser feito. Agora, sobre recuperar isso no presente, eu sinceramente penso ser impossível.

Para não me estender mais sobre o assunto, deixo dois links que penso serem bem explicativos sobre uso de peles e sobre teste em animais, sendo que considero o último o mais coerente.
E vocês? O que acham?


P.S.: Passei um tempão sem aparecer por aqui, né?! Mas como já expliquei, o Vixi já falei é para momentos em que eu me sentir provocada, incentivada, enfim, que algo me faça querer emitir opinião sobre algum assunto. E digamos, que até então, nada andava me provocando!